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Nome: San Pedro
Nome científico: Trichocereus pachanoi
Classificação Xamânica: Planta Mestra Professora
Origem: Bolívia, Perú, Equador e em algumas regiões da Cordilheira dos Andes
Substâncias ativas: Mescalina (Trimethoxy-B-Phenethylamine), Feniletilamina e outros alcalóides
Nomes mais conhecidos: San Pedro, San Pedrito, Achuma, Wachuma, Huachuma, Aguacolla e Gigantón
O cacto San Pedro contém o alcalóide Mescalina e outros derivados da Feniletilamina com propriedades entheógenas. Existem 7 diferentes espécies do cacto San Pedro, diferenciadas pelo número de riscas longitudinais (em formato estrelado), sendo os mais importantes os cactos de 4 e 7 estrelas.
Este cacto foi usado ao longo da história por diversas culturas e civilizações precolombianas como Tiwanaku, Huari, Ayamára e Inka, que se estabeleceram por toda Cordilheira dos Andes, mas precisamente na Bolívia e no Perú
Encontramos dados arqueológicos do uso do San Pedro com propósitos mágico-religiosos nas culturas precolombianas Cupisnique (1500 a. C.), Chavín (1000 a. C.), Moche (100-750 d.C.) e Lambayeque (750-1350 d. C.).
Os Mestres Curandeiros atuais empregam o San Pedro em mesas rituais de cura com a finalidade de tratar o feitiço, doenças e o azar. A mesa tem um sofisticado ritual: "levantar" ou respirar tabaco com "água de flores" (à base de álcool cítrico), ingerir San Pedro, adivinhar as doenças, limpar o mal e "florescer" o doente. A mesa ritual é executada de madrugada, às terças e sextas-feiras, dias sagrados para a religiosidade andina. Por vezes substitui-se o San Pedro por uma infusão de plantas e sementes com componentes entheógenos, como a Ayahuaska, Mamacoca, Mamawillka e as Mishas.
A tradição multimilenar do uso curativo e entheógeno do cacto San Pedro manteve uma continuidade cultural com o curandeirismo andino contemporâneo.
O cacto San Pedro possui um simbolismo especial no curandeirismo andino, já que o cacto sempre está em harmonia com os poderes da natureza, das montanhas, rios e cachoeiras, dos animais, dos seres e devas, dos homens e dos seres sobrenaturais.
O cacto está relacionado diretamente às Divindades Andinas principais, ao Deus Wiracocha, Pachakamaq, Pachamama, ao Cóndor, Puma e a Serpente.
Com a chegada dos espanhóis na América do Sul o consumo do San Pedro, que estava bastante difundido pela cultura andina, foi logo alvo da abordagem cristã. Que ofendiam e criticavam seu consumo.
O nome San Pedro veio após a colonização espanhola, é um nome mais recente e tem a ver com a utilização cristã desta planta, que se desenvolveu nos últimos 300 anos.
As práticas mais recentes procuram legitimar seu uso através do recurso de aproximar suas práticas do Cristianismo, daí o nome San Pedro, assim como aconteceu também com os ritos peioteiros na América do Norte, como é o caso da Native American Church (Igreja Nativa Americana). Além do Cristianismo, novas práticas foram re-trabalhadas a partir de conceitos mágicos esotéricos do Mediterrâneo e do Oriente, os quais, por sua vez, incorporaram elementos árabes, clássicos, pagãos, egípcios, hindús, cabalísticos, etc.
É possível que nos usos tradicionais do Wachuma (nome original do San Pedro) houvesse usos de outras plantas em conjunto, como folhas de coca, tabaco e rapé.
Comparado ao consumo da Ayahuaska, do Rapé Indígena, do Peyote ou outras Plantas de Poder e Mestras Professoras, o número de pessoas que participam dos rituais com o cacto San Pedro é muito maior nos países andinos. O cacto é usado literalmente por dezenas de milhares de pessoas, enquanto os demais cultos com plantas entheógenas permaneceram ligados a contextos indígenas relativamente restritos em termos numéricos. Por isso, é curioso que a literatura sobre o uso do cacto San Pedro seja tão limitada em comparação com a da Ayahuaska.
Seu nome tradicional é Achuma ou Wachuma, e foi chamado de San Pedro com claras influencias cristãs, um modo comum ao longo dos séculos de fugir da repressão. De maneira similar aconteceu em relação ao Peyote e a seus cultos, hoje com enorme sincretismo religioso.
O cacto San Pedro compreende várias espécies de um gênero que antigamente era chamado Trichocereus e que agora foi reunido dentro do gênero Echinopsis.
Dentro do gênero Echinopsis existe uma variedade que ao invés de Mescalina contêm DMT (Dimetiltriptamina). A espécie é conhecida como Echinopsis terschekii.
Além do uso ritual, o San Pedro auxilia no tratamento do vírus HIV, câncer do tipo terminal, adicção como alcoolismo, tabagismo e uso de drogas tais como maconha, cocaína e heroína, enfermidades mentais como epilepsia e esquizofrenia, entre outras enfermidades.
Nos rituais xamânicos cada pessoa consome as rodelas estreladas do cacto, mastigando-as e comendo-as, ou se bebe um preparo fervido à base de água. Quanto mais velho for o cacto mais Mescalina ele possui.
Da mesma forma que o Peyote, o San Pedro também contém Mescalina. Pode demorar até 1 hora para a Mescalina começar a fazer efeito, porém, logo depois começa a trazer sua elevação, a cor verde toma conta das imagens que se formam em nossa Tela Mental. Trazendo uma sensação de suavidade e integração com a Mãe-Terra e o Grande Espírito. Neste efeito muitos começam a se desdobrar para outras dimensões, interiores e exteriores, muitos adentram as regiões internas da Mãe-Terra, outros acessam partes do Cosmos e passam a se comunicar com o Espírito do cacto, com Devas, Divindades e Mestres Astralizados. Algumas pessoas sentem alterações de temperatura, ora sentem frio, ora sentem calor. Alguns passam por experiências e contatos extra-terrestres. Para os iniciantes sempre algumas náuseas, enjôos e vômitos de limpeza se dão nos primeiros rituais. E o efeito pode durar de 6 a 12 horas.
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